Vivemos numa época em que
o conhecimento nunca foi tão acessível. A comunicação vive uma era de ouro
marcada pela popularização dos meios, que começou com a invenção da Internet.
Marco que rivaliza apenas com a invenção da imprensa por Gutemberg em termos de
importância para a leitura. O acesso aos livros é mais fácil, há mais
bibliotecas e os livros se tornaram mais populares. Vivemos numa democracia que
não censura o que devemos ou não ler. Além disso, segundo o IBGE a taxa de analfabetismo caiu de 20,1% para 13,6% entre 1991 e 2000.
Das
placas de argila aos e-books, foram necessários milênios para que a leitura
fosse popularizada e deixasse de ser um hábito de poucos privilegiados com
acesso à instrução.
Na Idade Média e começo
da Renascença, aprender a ler era exclusivo da aristocracia e da alta
burguesia. As crianças eram iniciadas nas letras por suas amas, e depois
contratava-se um tutor particular, para os meninos, enquanto que as meninas
eram educadas por suas mães.
O método que vigorava na
época era o escolástico, que consistia em treinar o estudante a considerar um
texto de acordo com critérios preestabelecidos e aprovados (MANGUEL, 1997,
p.92). Seguindo uma ordem em que primeiramente era analisada a gramática, em
seguida o sentido literal do texto e por último a discussão de opiniões de
comentadores aprovados. Os textos nunca eram deixados abertamente à
interpretação dos alunos.
Nas populares escolas de latim, após aprender
a ler e escrever, os alunos se dedicavam ao trivium:
estudo da gramática, retórica e dialética. Os livros eram caros e apenas o
professores os possuíam, os alunos copiavam do quadro negro. Nessa época a
compreensão não era uma exigência do conhecimento e a ortografia não era uniforme.
Pode-se dizer que foi nessas escolas que os alunos começaram a se tornar
leitores em língua estrangeira, o latim.
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Após invenção da
imprensa, que disponibilizou mais os livros, surge o método humanístico, onde
os leitores deviam ler por sí mesmos, ou seja, eram incentivados a fazer suas
próprias interpretações. Para os alunos, essa transição os dava a autoridade de
leitores individuais. Como bem captou um anônimo quando disse:
“Ao leres livros,
deves ter o hábito de dar mais atenção ao sentido do que às palavras,
concentrar-se antes no fruto do que na folhagem”. (MANGUEL, 1997, p.102).
Segundo Manguel, aprender
a ler é visto pelas sociedades letradas como um rito de passagem (1997, p.89). “Quando
aprende a ler a criança é admitida na memória comunal por meio de livros, e se
familiariza com o passado comum que ela renova, a cada leitura”.
* Esse texto é uma parte da monografia realizada sobre Leitura Extensiva no Aprendizado de Língua Inglesa. Em caso de citação, favor citar a fonte.
ROSSONI, Fábia. Leitura Extensiva no Aprendizado de Língua Inglesa.