domingo, 23 de setembro de 2012

Frank O'Hara

O papel do leitor é também o de pesquisador. 
Ficar atento às coisas novas, buscar referências, seja por meio dos amigos - leitores, sites, blogs.
Ontem tive a felicidade de me deparar com o trabalho de um escritor americano que eu não conhecia. Frank O'Hara.
Frank O'Hara nasceu em Baltimore em 1929, mas é conhecido por seu trabalho que tem como pano de fundo a cidade de Nova York. Teve influência de pintores, como Jackson Pollock, em sua poesia dadaísta publicada no início da década de 50. E junto com outros poetas como James Schuyler, Barbara Guest e Kenneth Koch, fez parte do grupo conhecido como Escola de Nova Iorque.
Abaixo um de seus poemas mais marcantes "Uma Coca-Cola com você". 


    Uma Coca-cola com Você

    é ainda melhor que uma viagem a San Sebastian, Irun,Hendaye, Biarritz, Bayonne 
    
ou que ficar enjoado na Travessera de Gracia em Barcelona
    
em parte porque nessa camisa laranja 
    você parece um São Sebastião melhor e mais feliz
    
em parte porque eu gosto tanto de você, 
    em parte porque você gosta tanto de iogurte 
    
em parte por causa das tulipas laranja fluorescente 
    contra a casca branca das árvores 

    em parte pelo segredo que nos vem ao sorriso
    perto de gente e de estatuária 
é difícil quando estou com você acreditar que existe alguma coisa tão parada 
tão solene tão desagradável e definitiva como estatuária 
    quando bem na frente delas 
na luz quente de Nova York 
    às quatro da tarde nós estamos indo e vindo 
de um lado para o outro 
    como a árvore respirando pelos olhos de seus nós
 
    e a exposição de retratos parece não ter nenhum rosto, só tinta 
de repente você se surpreende que alguém tenha se dado ao trabalho de pintá-los 
    
olho 
pra você e prefiro de longe olhar para você do que para todos os retratos do mundo 
    
exceto talvez às vezes o Cavaleiro Polonês 
    que de qualquer maneira está no Frick 
    
aonde graças a Deus você nunca foi de modo que eu posso ir junto com você a primeira vez 

    e isso de você se mover tão bonito 
    mais ou menos dá conta do Futurismo 

    assim como em casa nunca penso no Nu Descendo a Escada ou 
num ensaio em algum desenho de Leonardo ou Michelangelo que costumava me deslumbrar 
    
e o que adianta aos Impressionistas tanta pesquisa 
quando eles nunca encontraram a pessoa certa para ficar perto de uma árvore 
    quando o sol baixava 

    ou por sinal Marino Marini que não escolheu o cavaleiro tão bem 
quanto o cavalo  
    acho que eles todos deixaram de ter uma experiência maravilhosa 

    que eu não vou desperdiçar por isso estou te contando


sexta-feira, 7 de setembro de 2012



Quando minha avó estudava, lá nos idos de 1940, todos os alunos deveriam saber de cor todos os hinos brasileiros e de seus respectivos estados, e me ensinou alguns também que com o tempo eu esqueci. Hasteavam a bandeira uma vez na semana e sabiam o que era comemorado em datas como 7 de setembro e 15 de novembro. Hoje em dia muitos não sabem, são apenas feriados, dias de descanso. Abaixo o Hino Da Independência, o mais bonito, na minha opinião.


Já podeis, da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.

Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo varonil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.

Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.